Distúrbios comportamentais na infância
Até pouco tempo atrás, pouca atenção era dada aos casos infantis de distúrbios comportamentais e emocionais. Acreditava-se que certos transtornos só ocorriam na vida adulta. Inclusive, por anos a psiquiatria e a psicologia só se dedicaram a essa população.
Porém, hoje já é possível afirmar que transtornos mentais acometem tanto adultos quanto crianças. Segundo o National Institute of Mental Health, os distúrbios emocionais e comportamentais afetam 10% a 15% das crianças em todo o mundo.
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é o distúrbio mais estudado na infância. O National Institute of Mental Health indica que 3 a 5% das crianças em todo o mundo sofrem desse transtorno. O TDAH tem maior incidência entre os meninos e é caracterizado por inquietude, dificuldades para finalizar tarefas e planejar com antecedência ou até mesmo perceber o que está acontecendo ao seu redor. O transtorno pode continuar na adolescência e na idade adulta. Como perspectivas de tratamento mais indicadas, existem a medicação, terapia cognitiva-comportamental e várias opções educacionais, onde essas crianças podem aprender novas maneiras de lidar com os sintomas.⠀
Já crianças com autismo caracterizam-se por comportamento de indiferença e isolamento social. Por vezes tem dificuldades com expressão e compreensão da linguagem, além de terem dificuldade para realizar “conexões emocionais” com os demais. O autismo, mais comum em meninos do que meninas, afeta cerca de 1 a 2 crianças a cada mil no mundo. Ressalta-se que esse quadro pode ocorrer com ou sem comprometimento da inteligência infantil. Como alternativas de tratamento existem o tratamento medicamentoso e a Terapia Comportamental – ABA.⠀⠀
O transtorno bipolar geralmente começa na primeira infância e continua na idade adulta. É caracterizada por intensas mudanças de humor, onde o paciente experiencia alternâncias de humor entre a euforia e a depressão/tristeza. Acredita-se que seja uma doença genética e o diagnóstico para crianças menores de 12 anos geralmente não é comum. Como alternativas de tratamento o mais indicado é o tratamento medicamentoso, acompanhado com psicoterapia cognitivo-comportamental.
Crianças acometidas por transtornos de ansiedade em geram sentem-se⠀angustiadas, inquietas e até assustadas sem motivo aparente. Alguns exemplos comuns do transtorno são: o pânico, caracterizado por episódios de medo intenso que ocorrem sem aviso ou provocação, fobias específicas, caracterizadas pelo medo excessivo de um objeto ou situação e fobia social onde há a ansiedade aumentada em situações de exposição social e por vezes até a evitação dessas situações. O tratamento mais indicado para esses casos é a Terapia Cognitivo-comportamental.⠀
Lembrando sempre: caso desconfie do diagnóstico de alguma criança, não deixe de avaliá-la. O diagnóstico precoce auxilia no prognóstico do tratamento.