Impactos do cigarro na saúde mental
O que se sabe pela literatura científica é que o tabagismo tem causas multifatoriais, podendo ser hereditárias, fisiológicas, ambientais e/ou psicológicas. O cigarro surge como “recurso” na vida das pessoas em distintas situações, passando a enxergá-lo como algo familiar e confortável, podendo inclusive ser usado para lidar com a ansiedade e depressão. Tornando-se a válvula de escape para a vivência de situações desagradáveis.
No fim das contas, o prazer de fumar vai sendo relacionado as situações do dia a dia e o fumante passa a fazer associações. É muito comum acender um cigarro em uma mesa de bar ou ao beber um café, por exemplo. O hábito de fumar é uma associação entre a dependência física e o comportamento do fumante, sendo possível até observar situações que se tornam gatilhos.
Segundo Leonardo de Almeida Sodré, médico psiquiatra e professor adjunto da Faculdade de Medicina de Brasília (UnB), o cigarro estimula cronicamente os centros de recompensa do cérebro, situação que propicia também o uso excessivo de outras substâncias associadas ao tabaco, além do comportamento mais impulsivo, a abstinência ao ficar sem fumar, com sensação de ansiedade e irritabilidade, e piora nas relações íntimas ou profissionais em função desse comportamento abusivo.
Somado a isso, o médico explica que também existe uma prevalência maior de tabagismo entre outros transtornos mentais. E para quem já faz algum tipo de tratamento para esses transtornos e ainda continua fumando, esse hábito pode prejudicar o tratamento medicamentoso.
É interessante que o profissional de saúde trabalhe em conjunto com o fumante, para compreender o significado que ele atribui ao cigarro e busque estratégias, como habilidades comportamentais alternativas, para lidar com as situações rotineiramente desconfortáveis de modo menos danoso para sua saúde.
Texto por: Mina Moon