Estrogênio: O culpado?
Continuando nossa série de post sobre a menopausa, hoje vamos tentar entender, porque essas alterações acontecem.
A hipótese para essas alterações relaciona-se ao estrogênio que interage com os sistemas colinérgico e serotoninérgico, sendo os principais envolvidos no funcionamento cognitivo normal. O estrogênio age para além do desenvolvimento neuronal, mas também em sua manutenção e reorganização das estruturas dendríticas na vida adulta. As projeções dendríticas apresentam microfilamentos de actina, que são dependentes dos estrogênios, sendo fundamentais para o desenvolvimento dos circuitos neuronais.
De maneira geral, os estudos indicam que a diminuição do nível de estrogênio pode ter efeitos danosos ao sistema nervoso central e gerar alterações nas capacidades cognitivas, sendo assim o estrogênio pode possuir um efeito neuroprotetor.
Apesar dos poucos estudos longitudinais e estudos com achados divergentes sobre a cognição e as fases da menopausa, algumas conclusões já são apontadas, como a queda do estrogênio ser responsável pelo prejuízo na performance cognitiva e exerce um poder na modulação da cognição. No entanto, nenhum estudo consegue afirmar que somente essa diminuição da circulação desse hormônio seja a única responsável.
Referências
BRESSIANI, P. ; SILVA, G. F. W.; CORRÊA, M. S. Efeitos do estrogênio sobre a cognição da mulher em menopausa. Revista Neurociências, 2022, 30, p: 1-25.
MELO, I. A. de C.; SOUSA, P. E. L.; JORDÃO, A. J. J. M. de L. Uso de estrogênio e progesterona na terapia hormonal pós-menopausa: revisão sistemática de sua influência no domínio cognitivo. Research, Society and Development, 2021, 10 (12).
Texto por: Alessandra Lopes