Dia do Psicólogo: Desafios do iniciante na carreira

Dia do Psicólogo: Desafios do iniciante na carreira

A Psicologia chegou ao Brasil no início do século XX, mas só foi regulamentada como profissão com a publicação da Lei nº 4.119, em 27 de agosto de 1962, pelo então presidente João Goulart. Desde então, a profissão de psicólogo tem crescido significativamente, com um aumento no número de formandos e uma maior demanda no setor público-social.

Apesar do progresso, a formação em Psicologia ainda enfrenta lacunas de competências e desafios para os próximos anos, especialmente na atuação clínica. Psicólogos recém-formados encontram dificuldades ao fazer a transição do conhecimento acadêmico para a prática clínica, uma fase essencial que envolve autodescoberta profissional e desenvolvimento de habilidades.

Na prática clínica, integrar teorias aprendidas com as experiências subjetivas dos pacientes é um desafio constante. Psicólogos iniciantes enfrentam questões técnicas, interpessoais e éticas, muitas vezes se perguntando sobre sua própria capacidade e adequação profissional.

Para apoiar essa fase inicial da carreira, separamos algumas práticas fundamentais:

1. Autenticidade e Autoexposição na Prática Terapêutica

A autenticidade é crucial, especialmente para terapeutas no início de suas carreiras. Estudantes e profissionais devem se permitir correr riscos e cometer erros em situações de aprendizado supervisionado. Essa disposição para aprender e discutir erros abertamente indica maturidade profissional e contribui para o desenvolvimento contínuo.

2. Reconhecimento das Próprias Limitações

Compreender e reconhecer as próprias limitações é essencial para uma prática terapêutica eficaz. Trabalhar em ambientes diversificados, como estágios em diferentes contextos, amplia a perspectiva do terapeuta e enriquece suas habilidades clínicas, tornando-o mais adaptável em situações terapêuticas variadas.

3. Fundamentação Teórica e Aplicação de Técnicas

Compreender a teoria por trás de cada técnica utilizada é fundamental. As técnicas devem emergir da relação com o cliente e do material apresentado, visando ampliar a consciência do cliente ou sugerir novos comportamentos. A escolha de métodos deve focar no progresso terapêutico, evitando mudanças superficiais na dinâmica da sessão.

Texto: @minamoon.psi

Referências:

  • BRANCO, Maria Teresa Castelo. Que profissional queremos formar? Psicologia: ciência e profissão, v. 18, p. 28-35, 1998.
  • DANTAS, Jurema Barros. Formar psicólogos: por quê? para quê? Fractal: Revista de Psicologia, v. 22, p. 621-636, 2010.
  • GUZZO, Raquel Souza Lobo. Pesquisa e mudança social: desafios e dificuldades para a formação em Psicologia. Educar em Revista, v. 34, p. 143-156, 2018.
  • MEIRA, Cláudia Hyala Mansilha Grupe; NUNES, Maria Lúcia Tiellet. Psicologia clínica, psicoterapia e o estudante de psicologia. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 15, p. 339-343, 2005.
  • SANTOS, Maria de Fátima de Souza. Formar psicólogos para quê? Psicologia: ciência e profissão, v. 14, p. 40-41, 1994.
  • SILVA, Walter Mariano de Faria; OLIVEIRA, Wanderlei Abadio de; GUZZO, Raquel Souza Lobo. Discutindo a formação em Psicologia: a atividade de supervisão e suas diversidades. Psicologia Escolar e Educacional, v. 21, n. 3, p. 573-582, 2017.
  • TRAVASSOS, Rômulo; MOURÃO, Luciana. Lacunas de competências de egressos do curso psicologia na visão dos docentes. Psicologia: ciência e profissão, v. 38, n. 2, p. 233-248, 2018.

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