Dia do orgulho LGBTQIA+ e estresse de minorias
É comum ao longo dos anos sempre falarmos no mês de junho sobre o dia do orgulho LGBTQIA+ (28/06) em um tom de reconhecimento dos direitos adquiridos por essa população, de luta e resiliência ou explicando de modo resumido sobre a história do dia. Contudo, quando pensamos em direitos conquistados e lutas, não podemos esquecer do motivo que faz com que essas pessoas precisem resistir, ou seja, se existe luta é porque existe injustiça, preconceito e violência sofrida.
Consequências do preconceito
Justamente nesse sentido que hoje conversaremos sobre uma das consequências do preconceito e violência sofridos por essa população, o estresse de minorias. Abordar essa temática é uma maneira de reafirmar a importância dessas lutas.
Para abordarmos esse tema, primeiro precisamos definir estresse: uma reação física e emocional do nosso corpo para se adaptar ao ambiente com intuito de retomar o equilíbrio em situações de perigo e atenção. Desse modo, podemos dizer que nos estressar funciona como um alerta para que possamos lidar com algo que nos ameaça. Contudo, esse estresse pode se cronificar, passando por diferentes estágios, sendo esses: o de alerta, de resistência, quase-exaustão e exaustão. Sendo assim, não mais funcionará como uma tentativa de regulação, mas abrirá uma condição que pode ser incapacitante.
Ok, mas e o estresse de minorias?
Acerca dessa categoria, compreendemos um estresse específico sofrido por minorias sociais (como pessoas LGBTQIA+, negros, indígenas, mulheres, pessoas com deficiências etc.). A necessidade de uma nomenclatura específica ocorre pelo contato com estressores crônicos a mais do que as demais pessoas em seu cotidiano, podendo esses ser:
• S3xismo;
• Estigmatização;
• Discriminação;
• Racismo;
• LGBTQIA+fobia;
• Violência;
Nesse sentido, pessoas de diferentes configurações de gênero ou orientação sexual, que fujam a heteronormatividade e cisnormatividade, terão de lidar com situações de estresse de minorias, uma vez que o simples andar de mãos dadas de um casal homoafetivo ou uma pessoa transgênero sair a rua para fazer compras, pode se tornar um evento que poderá envolver medo, discriminação e até mesmo violência.
Além disso, a população LGBTQIA+ sofre com diversas consequências desse estresse, como:
• Autoestigmatização;
• Ocultação identitária;
• Medo de rejeição;
• Tentativa de se encaixar no padrão heterocisnormativo (heterocisnormatividade compulsória);
• Suscetibilidade a transtornos mentais;
Portanto, nesse dia 28 de Junho, vamos lembrar das vitórias e lutas, mas sem esquecer que temos muito a melhorar enquanto sociedade, para que contextos como esse sejam cada vez menores e possamos viver em uma sociedade em que nenhuma existência precise ser apagada.
Texto por Vinicius Soares