Neuropsicologia para além da avaliação

Neuropsicologia para além da avaliação

Um paciente com déficits de memória procurou ajuda profissional e, após uma avaliação neuropsicológica, evidenciou-se essa dificuldade, proporcionando uma compreensão mais clara de como afeta sua qualidade de vida. A neuropsicóloga que conduziu a avaliação sugeriu a Reabilitação Neuropsicológica (RN) como forma de intervenção. Mas afinal, como funciona esse processo?

A RN é um modelo holístico que abrange necessidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais. As sessões, estruturadas com base na avaliação neuropsicológica, incluem intervenções como o treino cognitivo.

O treinamento cognitivo envolve tarefas que visam estimular funções específicas, como a memória, atenção, linguagem e funções executivas, por exemplo. Personalizadas para melhorar o desempenho cognitivo, essas tarefas podem ser realizadas com lápis e papel, jogos ou modelos computacionais.

Então, como criar tarefas eficazes para treinar a memória?

É crucial possuir um embasamento teórico sólido e compreender os objetivos almejados, levando em consideração os mecanismos neurais e as particularidades das funções cognitivas a serem treinadas. Por exemplo, para treinar memória episódica, podem-se usar estímulos visuais e auditivos, realizando pareamentos. Estratégias como escrita e associações são fundamentais. É interessante empregar estratégias para evocações, livres ou com pistas, visando uma aprendizagem sem erro. Quando a pessoa não consegue recuperar a informação espontaneamente, fornecemos pistas para que ela tenha recursos na recuperação do conteúdo desejado.

Podemos basear-nos em paradigmas clássicos com evidências comprovadas como bons instrumentos para determinado constructo. A partir disso, pensamos em formas de adaptação, utilizando estímulos como inspiração para criar outras tarefas que provoquem treino e a possibilidade de desenvolver ou recuperar habilidades.

Durante o processo de reabilitação, é possível adaptar gradualmente as atividades para promover melhorias significativas nos pacientes.

Você conhece alguém que já se beneficiou de um processo de intervenção com treino cognitivo?

Texto: Danielle Soares

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